domingo, 29 de novembro de 2020

Do Norte, carago!

 


Do Norte, carago!


Quem é do Norte, conhece! Quem não é, aprenda!

1. Adianta um grosso – Não vale a pena
2. Aguça – Afia
3. Alapar – Sentar
4. Andar de cu tremido – Viajar sentado num veículo
5. Arreganhar a tacha – Rir e mostrar muito os dentes
6. Banca – Pia de lavar a loiça
7. Basqueiro – Barulho
8. Beiçudo/Estar de beiças – Mal-humorado
9. Bergar a mola – Trabalhar
10. Bicha – Fila
11. Biqueiro – Pontapé
12. Biscate – Serviço temporário pago
13. Bisga – Cuspidela
14. Borra-Botas – Zé Ninguém
15. Breca – Cãibra
16. Bregalho – Pénis
17. Briol – Frio
18. Broeiro – Pessoa rude ou com maus modos
19. Bufar – Soprar
20. Cascos de rolha – Local longe (ou cujo nome a pessoa não recorda)
21. Catraio(a)/Canalha/Canalhada – Crianças/Conjunto de crianças
22. Chaço – Objeto velho (especialmente carro)
23. Chibar – Revelar um segredo ou algo a quem não deveria saber
24. Choldra – Prisão
25. Chuço/Guarda-chuva – Chapéu de chuva
26. Comer o caco – Confundir (no sentido, ‘não entendo, estás a confundir-me’)
27. Cremalheira/Roda cremalheira – Dentes/Dentadura
28. Cruzeta – Cabide
29. Cunfias/Não dar cunfias – Confiança/Não dar confiança
30. Dar um bacalhau – Cumprimentar outra pessoa com um passou-bem
31. Endrominar – Persuadir alguém (com más intensões ou falsos depoimentos)
32. Esbardalhar – Cair
33. Esquinar – Olhar de lado
34. Está um barbeiro – Está muito frio
35. Estar com a piela – Estar embriagado
36. Estar com a rebarba – Estar de ressaca
37. Estar com a telha/com o tau – Estar rabugento
38. Esteio – Parvo
39. Esterqueira – Sujidade
40. Estrilho – Confusão (no sentido de comportamento)
41. Ficar sarapantado – Ficar assustado/muito surpreendido
42. Foguete na meia-calça – Fio que surge num collant rasgado
43. Gânfias – Unhas
44. Grizar – Rir
45. Jeco – Cão
46. Lapada – Chapada
47. Laurear a pevide/Serandar – Passear
48. Levar um pêro – Levar um soco/murro
49. Lingrinhas – Pessoa magra
50. Magnório – Nêspera
51. Mirolho – Pessoa que vê mal
52. Molete – Pão papo-seco
53. Morfar – Comer
54. Morrinha – Chuvisco
55. Naifa/Naifada – Faca/Levar uma facada
56. Não vale um chabeiro – Não vale nada
57. Paleio – aquilo a que se chama ‘ter muita garganta’ quando alguém fala demais ou é confiante de mais
58. Palheiro – Local sujo/confuso
59. Palheta – Rasteira
60. Parolo – Que tem maus modos ou não se veste/comporta bem
61. Persiana – Estore
62. Peta – Mentira
63. Picheleiro – Canalizador
64. Pincho – Salto
65. Portinhola – Braguilha (referente à abertura das calças)
66. Ráfia – Fome
67. Regar – Mentir
68. Repas – Franja
69. Sabugos – Cutículas das unhas
70. Saraiva/Saraivada – Granizo
71. Sebadola – Pessoa suja ou que se suja com facilidade
72. Ser atabalhoado – Ser trapalhão/desajeitado
73. Sertã – Frigideira
74. Sostra – Preguiçoso(a)
75. Surbia – Cerveja
76. Testo – Tampa do tacho
77. Traquitana – Carro velho
78. Trengo – Trapalhão/desajeitado/totó
79. Trunfa/Gadelha – Cabelo grande e desajeitado
80. Vai dar uma volta ao bilhar grande – Mandar alguém sair do caminho (especialmente em situações de zanga)
81. Vai-me à loja – Vai passear (no sentido de ‘não me chateies’)



Orgulho imenso em ser do norte!


                                                 Lola

domingo, 1 de novembro de 2020

Dia de Pão por Deus



Dia de Pão por Deus



 1 de Novembro - Dia de Pão por Deus

Conhecem a tradição?
Antigamente, no dia 1 de novembro, era hábito as crianças saírem à rua em pequenos grupos para pedir o pão-por-deus de porta em porta. Quando iam fazer o peditório, as crianças recitavam versos e recebiam pão, broas, bolos, romãs, nozes, amêndoas ou castanhas como oferendas. Estes alimentos eram colocados em sacos de pano.
Esta tradição poderá estar ligada ao terramoto de 1755. No dia 1 de novembro de 1756, um ano depois do terramoto que destruiu parte significativa da capital, a população a viver em grande pobreza lançou pela cidade um grande peditório. Andavam de porta em porta e pediam: “Pão, por Deus”.

Com o passar dos anos, converteu-se num peditório de crianças que passavam pelas casas e cantavam:
Bolinhos e bolinhós
Para mim e para vós,
Para dar aos finados
Que estão mortos e enterrados
À bela, bela cruz
Truz, Truz!
A senhora que está lá dentro
Sentada num banquinho
Faz favor de s’alevantar
Para vir dar um tostãozinho.
Quando abrem a porta cantam:
Esta casa cheira a broa,
Aqui mora gente boa.
Esta casa cheira a vinho,
Aqui mora um santinho.
Quando não abrem a porta cantam:
Esta casa cheira a alho,
Aqui mora um espantalho.
Esta casa cheira a unto
Aqui mora algum defunto.

Fontes: Mais de 150 histórias que te vão deixar de boca aberta e queixo caído, Manuscrito Editora.



                                                 Lola