Diana
Querida filha:
Há
um ano iniciaste a viagem da eternidade com a serenidade e a dignidade com que
viveste.
Inesperadamente, aconteceu na minha
vida aquilo que eu, teoricamente, mais temia: perder um dos filhos. Dissera eu,
quinze dias antes, numa turma que “seria a única coisa que não aguentaria”.
E hoje aqui estou! Sofredora, mas de
cabeça levantada, como tu sempre quiseste.
Tenho muitas saudades da nossa
amizade, da nossa cumplicidade, do teu lado sorridente, crítico e humano.
Choro por ti todos os dias, Diana.
Espalhei a tua imagem por cada um dos compartimentos da nossa casa.
Um pintor
croata imortalizou o teu sorriso num quadro que me acorda todas as manhãs.
Recordo-te com orgulho em sentir o
quanto me admiravas. Por isso, hoje, um ano depois (e porque só agora me é
possível fazê-lo) quero agradecer a todos aqueles que me ajudaram a viver este
ano: aos meus alunos e aos seus pais, aos meus amigos e colegas, a toda a minha
escola, às meninas da universidade, às pessoas que com um olhar, gesto ou palavras
sentiram o meu sofrimento e às mães de Arouca que já passaram a dor sentida da
perda.
Um dia antes de partires,
disseste-me: “Estás a olhar muito bem por mim, um dia também vou olhar assim
por ti”.
Que, no céu, também tu possas
continuar com o sorriso aberto sobre todos nós.
Mãe
Afonso
e João
A todos...
Há um ano enviei um
anjo para o céu.
Obrigado por me
ajudarem nesta reaprendizagem pela vida.
Um abraço com um
nome – Diana.
Mãe