segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Pas de mot

Pas de mot


à minha filha DIANA que partiu há sete anos...

à minha mãe ROSA que adormeceu para a eternidade há menos de um ano!


Gosto tanto delas!...que...

Vou ouvir:

Pas de mot de Lynda Lemay




Lola


Sem palavras


Sem palavras



Hà momentos que me deixam sem palavras!

A saudade
O prazer de um olhar
De uma conversa saudavel
De uma boa gargalhada
De um sonho
De uma esperança
A memoria
A elegância
O olhar moreno
A ternura
O cuidado
A inovação
A dedicação
O misterio
O segredo
A utopia
O porquê
A musica
O sorriso
O abraço!




Lola

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Coimbra



Foto André Teixeira

Coimbra

Coimbra sempre foi um lugar de passagem e de regresso a casa!
De desejo de cidade vivida e com vida como os espaços urbanos onde vivi e nasci!
A ponte, as lojas, a universidade, o casario visto na aproximação à ponte, tudo me fascinava!
Coimbra era a azàfama e o correrio a que tantos anos eu fora habituada a viver na cidade mais a norte!

Coimbra foi, um dia, sono repousante, depois de um banho repousante!
Numa caminhada peregrina, o conforto da paragem ansiosamente desejada numa pensaozinha modesta e antiga da baixa, que albergou o meu corpo dorosamente desfeito depois de muitos passos estrada fora, em madrugadas feitas de frio curtante e acordadas pelos gritos estridentes das buzinas dos camiões! 

Coimbra teria sido, por excelência, o meu reduto de formação universitària se tivesse jà autonomia economica! Teria sido vivência de espirito académico e boémio se fosse sempre possivel o desejo e o querer, algumas vezes, não esbarrassse em condicionalismos compreensiveis ... mas inadiaveis!

Voltei a Coimbra muitas vezes! 
Algumas delas para ouvir aquele, que em meu entender, vivia na linguagem filosofica, historias de vida e do mundo filtrado pela experiência cativante do discurso afectivo e transbordante de urgência reflexiva!

Miguel Baptista Pereira!

Hoje lembrei Coimbra, os seus discursos improvisados e imperdiveis!
Hoje lembrei Coimbra das esquinas, vielas, cantos e recantos!
Hoje lembrei a Coimbra dos jardins e do casario que se eleva rua acima até aos pincaros do céu!

Hoje, simplesmente, lembrei Coimbra... mas nunca mais como espaço de passagem fugidia!

PORQUÊ?






Foto André Teixeira


Lola

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Amor e Esquecimento






Amor e Esquecimento


Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está? 

As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar. 

É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução. 

Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha. 

Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado. 

O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar. 

Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'




Lola


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

(In)Finito






(In)Finito



Há sem dúvida quem ame o infinito,

Há sem dúvida quem deseje o impossível,


Há sem dúvida quem não queira nada - 

Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:

Porque eu amo infinitamente o finito,

Porque eu desejo impossivelmente 

[o possível,

Porque quero tudo, ou um pouco mais, 

[se puder ser,

Ou até se não puder ser...

Fernando Pessoa












Lola


Arouca


Arouca


Espaço de:
 adopção
de encontros,
desencontros, 
desapegos
perdas
sonhos
encontros
amigos
sonhos de felicidade impossivel
Talvez!...




Para ouvir...


Lola

Feliz

 Sea of Stars on Vaadhoo Island in the Maldive
                                     
Feliz

Hoje estou feliz!

Palavras ditas, escritas, sonhadas, previstas ou mesmo docemente esperadas para mim, são, muitas vezas, o reforço que preciso para continuar na busca de momentos de serenidade, de espera esperançada, de vida outrora martirizada pelo barulho cortante de vidas menos equilibradas.

Mas hoje estou deliciosa e equilibradamente num tempo feliz que pode esmorecer... mas que tem uma marca de excelência tão elevada que dificilmente se poderà diluir nos vàrios espaços e tempos ao longo do dia!

Porque feliz?

Porque continuo a ver viver a FILOSOFIA tal como sempre entendi ser o desejo daqueles que continuam procurando o porto seguro da estabilidade profissional para que a afirmação da autonomia intelectual deixe de permanecer adormecida.

Sempre que alguém cumpre os seus desejos, por minimos que sejam, eu fico feliz, mesmo muito feliz!

Quando se trata de reencontrar um espaço para questionar as grandes indagações existenciais, perante jovens carentes de reflexão e desprovidos de sentidos de futuro... é motivo para cada um de nos ficar perplexo com tamanha dor da desumanidade forçada de não estar "filosoficamente empregado"!

Revolta quando conseguem hipotecar necessidades de partilha de saber por pessoas competentes e desinteressadamente profissionais de disponibilidade infinita!

Hoje mais um amigo conseguiu uma sala de aula com jovens aprendizes da FILOSOFIA?

Estou feliz, mesmo muito feliz!

Estou feliz por gostar tanto de quem eleva o mundo da ética e da existência vivida de modo sublime!

Porquê....




 Lola

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Simone de Beauvoir




Simone de Beauvoir



Simone de Beauvoir (1908-1986) foi uma escritora e ensaísta francesa. Teve relacionamento amoroso duradouro com o filósofo Jean-Paul Sartre. Sua obra mais conhecida é o livro “O Segundo Sexo”. É considerada uma das maiores representantes do pensamento existencialista francês.
Simone de Beauvoir  nasceu em Paris, França, no dia 9 de janeiro de 1908. Filha de um advogado, teve educação católica e já tinha planos na adolescência de ser uma escritora. Quando jovem, fez exames para o bacharelado em matemática e filosofia. Estudou letras e filosofia na Universidade de Sorbonne, onde conheceu intelectuais proeminentes como Merleau-Ponty.
Simone de Beauvoir foi uma das escritoras mais influentes do ocidente. As suas ideias tratavam de questões ligadas à independência feminina e o papel da mulher na sociedade. Sua obra refletia também a luta feminina e as mudanças de papéis estabelecidos, assim como a participação nos movimentos sociais. O livro que melhor condensa suas experiências é “O Segundo Sexo”(1949).
No romance “Os Madarins” (1945), Beauvoir escreveu indiretamente a biografia de sua vida com o filósofo Sartre, que o conheceu em Sorbonne em 1929, e viveu com a escritora um relacionamento aberto durante boa parte da vida. Outros livros, “Memórias de uma Menina Bem Comportada” (1958) e “A Força da Idade” (1960) são prolongamentos naturais de sua vida com o filósofo-escritor em situações diversas.
Outras obras importantes de Beauvoir: “Todos os Homens São Mortais” (1946) “A Força das Coisas”, (1964) e “A Velhice" (1970).
Simone de Beauvoir morreu de pneumonia, em Paris, França, no dia 14 de abril de 1986.

Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre -- passeio em Copacabana, em 1960 (Foto: AFP)



"Sartre sentia verdadeiramente que o amor não tinha a ver com posse. Para ele, um tipo de amor mais generoso significava amar a outra pessoa como um ser livre Quando Beauvoir levantou a espinhosa questão dos ciumes, Sartre disse que, se contassem sempre tudo um ao outro, nunca se sentiriam excluidos da vida um do outro. Não deveriam ter segredos. Nos seus casos amorosos, duvidas, inseguranças, obsessões, deveriam procurar uma abertura total. Chamava-lhe "transparência"!"



In Sartre e Beauvoir, a historia de uma vida comum, Hazel Rowley, Caderno, p.45






                                              Lola