OS 15
TRECHOS MAIS BELOS DA HISTÓRIA DA LITERATURA
Perguntamos aos
leitores, seguidores do Facebook e Twitter: qual o seu trecho de livro
favorito. Mais de 2 mil participantes responderam a enquete. A partir da
opinião dos convidados, sintetizamos a lista reunindo os 15 trechos mais
citados. Os trechos estão classificados de acordo com o número de citações que
obtiveram. Gabriel García Márquez foi o único autor que teve dois trechos entre
os mais citados. O resultado nãoPRETENDEser abrangente ou
definitivo e corresponde apenas à opinião das pessoas consultadas.
O Pequeno Príncipe,
de Antoine de Saint-Exupéry
Se tu vens, por exemplo, às
quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora
for chegando, mais eu me sentirei feliz.
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Cem Anos de Solidão,
de Gabriel García Márquez
Muitos anos depois, diante do
pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde
remota em que seu pai o levou paraCONHECER o gelo. Macondo era então
uma aldeia de vinte casas de barro e taquara, construídas à margem de um rio
de águas diáfanas que se precipitavam por um leito de pedras polidas,
brancas e enormes como ovos pré-históricos. O mundo era tão recente que
muitas coisas careciam de nome e para mencioná-las se precisava apontar com o
dedo.
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Choveu durante quatro anos,
onze meses e dois dias.
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Orgulho e
Preconceito, de Jane Austen
É uma verdade universalmente
conhecida que um homem solteiro na posse de uma bela fortuna deve estar
necessitando de uma esposa.
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Meu Pé de Laranja
Lima, de José Mauro de Vasconcelos
Matar não quer dizer a gente
pegar revolver de Buck Jones e fazer bum! Não é isso. A gente mata no
coração. Vai deixando deQUERER bem. E um dia a pessoa morreu.
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O Diário de Anne
Frank, de Anne Frank
É difícil em tempos como estes:
ideais, sonhos e esperanças permanecerem dentro de nós, sendo esmagados pela
dura realidade. É um milagre eu não ter abandonado todos os meus ideais, eles
parecem tão absurdos e impraticáveis. No entanto, eu me apego a eles, porque
eu ainda acredito, apesar de tudo, que as pessoas são realmente boas de
coração.
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O Apanhador no Campo
de Centeio, de J. D. Salinger
O cara da Marinha e eu dissemos
que tinha sido um prazer conhecer um ao outro. Esse é um troço que me deixa
maluco. Estou sempre dizendo: ‘Muito prazer em conhecê-lo’ para alguém que
não tenho nenhum prazer em conhecer. Mas a gente tem que fazer essas coisas
paraSEGUIR vivendo.
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Os Sofrimentos do
Jovem Werther, de Johann Wolfgang von Goethe
É uma coisa bastante uniforme a
espécie humana. Boa parte dela passa seus dias trabalhando para viver, e o
poucochinho de tempo livre que lhe resta pesa-lhe tanto que busca todos os
meios possíveis para livrar-se dele. Oh, destino
dos homens!
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O Encontro Marcado,
de Fernando Sabino
De tudo, ficaram três coisas: a
certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era precisoCONTINUAR e a certeza de que seria
interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer
da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura
um encontro.
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Demian, de Hermann Hesse
Não creio que se possam
considerar homens todos esses bípedes que caminham pelas ruas, simplesmente
porque andam eretos ou levem nove meses para vir à luz. Sabes muito bem que
muitos deles não passam de peixes ou de ovelhas, vermes ou sanguessugas,
formigas ou vespas.
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Lolita, de Vladimir Nabokov
Lolita, luz de minha vida,
labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua
descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro,
contra os dentes. Lo. Li. Ta. Pela manhã ela era Lô, não mais que Lô, com seu
metro e quarenta e sete de altura e calçando uma única meia soquete. Era Lola
ao vestir os jeans desbotados. Era
Dolly na escola. Era Dolores sobre a linha pontilhada. Mas em meus braços
sempre foi Lolita.
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A Revolução dos
Bichos, de George Orwell
Doze vozes gritavam, cheias de
ódio, e eram todos iguais. Não havia dúvida, agora, quanto ao que sucedera à
fisionomia dos porcos. As criaturas de fora olhavam de um porco para um
homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas
já se tornara impossível distinguir, quem era homem, quem era porco.
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On The Road, de Jack Kerouac
Assim, na América, quando o sol
se põe, eu me sento no velho e arruinado cais do rio olhando os longos,
longos céus acima de Nova Jersey, e consigo sentir toda aquela terra crua e
rude se derramando numa única, inacreditável e elevada vastidão, até a costa
oeste, e aESTRADA seguindo em frente, todas
as pessoas sonhando naquela imensidão, e em Iowa eu sei que agora as crianças
devem estar chorando na terra onde deixam as crianças chorar, e você não sabe
que Deus é a Ursa Maior? A estrela do entardecer deve estar morrendo e
irradiando sua pálida cintilância sobre a pradaria, reluzindo pela última vez
antes da chegada da noite completa, que abençoa a terra, escurece todos os
rios, recobre os picos e oculta a última praia, e ninguém, ninguém sabe o que
vai acontecer a qualquer pessoa, além dos desamparados andrajos da velhice.
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Carta a D., de André
Gorz
Você está para fazer oitenta e
dois anos. Encolheu seis centímetros, não pesa mais do que quarenta e cinco
quilos e continua bela, graciosa e desejável. Já faz cinquenta e oito anos
que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca. De novo, carrego no
fundo do meu peito um vazio devorador que somente o calor do seu corpo contra
o meu é capaz de preencher.
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Sherlock Holmes, de Arthur Conan Doyle
Eu sou um cérebro, Watson. O
resto é mero apêndice.
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Lola