sábado, 29 de dezembro de 2018

Tenho pena de não saber







Tenho pena de não saber

Tenho pena
De não saber
Onde nasce o meu poema...

Um simples mote

Me fascina
Há um raio qualquer
Que me ilumina
E não consigo apagar!

O meu cavalo
Não conhece o trote...
Sangue puro,
Força nobre e bruta,
Transporta na garupa
Um vendaval de ideias
A galope...
Onde começa a estrada
Que me percorre as veias?
Cavalgo sempre sem freio
Sem rede,
Sem rédeas,
Dilatam-se as narinas
No torpel do pensamento
Crispam-se as "rugas"...
São impossíveis as fugas...
Não há médias
No acto louco de escrever
Solta-se o navio
A todo o pano
Não me chega o rio
Não me basta o mar
Se existe o oceano
Só lá vou navegar!
Será legítimo perguntar
Onde nasce o meu poema?
Onde morre o que escrevo
Nos meus versos?
Não sejam perversos...
Não faço planos
Serei o que tiver de ser
Nem melhor, nem pior...
Quero lá saber dos anos
Que não sinto...
Do tempo que não irei ter...
Quantas vezes eu
Sou só suor
E não me canso...
De viver!

Ophélia


                                            Lola