Não digas nada!
Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender —
Tudo metade
De sentir e de ver…
Não digas nada
Deixa esquecer
Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada…
Mas ali fui feliz
Não digas nada.
Fernando Pessoa, in
“Cancioneiro”
Será que Pedro imaginava que Rita gostava dele,
que sentia o vazio da ausência e que sempre
esperava as suas palavras envoltas numa
serenidade que a tranquilizava?
Será que Pedro saberia as linhas de aproximação
do rosto de Rita ao seu?
Será que Pedro imaginava que Rita gostava dele,
que sentia o vazio da ausência e que sempre
esperava as suas palavras envoltas numa
serenidade que a tranquilizava?
Será que Pedro saberia as linhas de aproximação
do rosto de Rita ao seu?
Lola