Uma gaivota – dizes.
Sim, uma gaivota
passa distante e arde.
O teu rosto é azul,
e contudo está cheio
do oiro da tarde.
.
Uma gaivota.
Alma do mar e tua,
abandona-se à luz.
.
E na boca nem eu sei
se me nasce o coração
ou é a lua.
EUGÉNIO DE ANDRADE, in MAR DE SETEMBRO (1961; Limiar, 1977),
in POESIA DE EUGÉNIO DE ANDRADE
(Modo de ler, 2011).
Lola