domingo, 22 de abril de 2018

Silêncio




O SILÊNCIO


Quando a ternura

parece já do seu ofício fatigada,
.
e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,
quando azuis irrompem
os teus olhos
.
e procuram
nos meus navegação segura,
.
é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,
.
pelo silêncio fascinadas.

EUGÉNIO DE ANDRADE,
 in OBSCURO DOMÍNIO (1972);
 (Assírio & Alvim, 2013),
 in POESIA (Modo de Ler, 2011)


                                            Lola