quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Tanto tempo...




Tanto tempo...

Não sentes a Saudade
nem o corrupio dos nossos passos
 pelo corredor manhã cedo?

Não vês as aguas do Mar misturar o meu cabelo
 já de si desalinhado 
nem o vento toldar o meu olhar  perdido na distancia?

Não vês as escadas soalheiras do abraço 
nem o vazio que as  palavras sendo tuas,
em mim deixaram?

Não vês o meu acordar sem o sol brilhante 
nas janelas do nosso horizonte 
nem o entardecer nos campos despidos de folhas que se amontoam nos caminhos?

Não sentes o calor das palavras que nos aproximam
nem os risos das situações que se contam numa (e)terna empatia?

Não sentes que o frio deste inverno cristaliza sentires 
nem o orvalho da noite que prolonga sonhos em afectos simplesmente inadiáveis?

Não sentes que o tempo avança num turbilhão de mar
e que o vento junto a ele me lembra, continuadamente, da vida sem um nos?

Tanto tempo...

Não estás a sentir esta alteridade frágil do eu outro
aqui tão juntinho do outro eu
ou apenas do meu coeur ...
... que te visito em cada amanhecer 
que desfalece sorrindo 
num entardecer de luz?


Não vês que aqui já há um pouquinho de Natal?

Tanto tempo...









                                              Lola