quarta-feira, 12 de abril de 2017

O Teu Riso


O Teu Riso


Tira-me o pão, se quiseres, 
tira-me o ar, mas 
não me tires o teu riso. 

Não me tires a rosa, 

a flor de espiga que desfias, 
a água que de súbito 
jorra na tua alegria, 
a repentina onda 
de prata que em ti nasce. 


A minha luta é dura e regresso 

por vezes com os olhos 
cansados de terem visto 
a terra que não muda, 
mas quando o teu riso entra 
sobe ao céu à minha procura 
e abre-me todas 
as portas da vida. 


Meu amor, na hora 

mais obscura desfia 
o teu riso, e se de súbito 
vires que o meu sangue mancha 
as pedras da rua, 
ri, porque o teu riso será para as minhas mãos 
como uma espada fresca. 


Perto do mar no outono, 

o teu riso deve erguer 
a sua cascata de espuma, 
e na primavera, amor, 
quero o teu riso como 
a flor que eu esperava, 
a flor azul, a rosa 
da minha pátria sonora. 


Ri-te da noite, 

do dia, da lua, 
ri-te das ruas 
curvas da ilha, 
ri-te deste rapaz 
desajeitado que te ama, 
mas quando abro 
os olhos e os fecho, 
quando os meus passos se forem, 
quando os meus passos voltarem, 
nega-me o pão, o ar, 
a luz, a primavera, 
mas o teu riso nunca 
porque sem ele morreria. 


Pablo Neruda, in "Poemas de Amor de Pablo Neruda 


Rita nunca deixará de rir 
para (e com) Pedro 
como  fez na ultima conversa 
que tiveram! 

Porquê?

Então já te esqueceste que
te adoro, my dear?


                                            Lola