sábado, 13 de maio de 2017

O mar não e de ninguém




O mar não é de ninguém


O mar não e de ninguém
Ninguém e dono do mar
Nem aqueles que la sabem navegar

O mar não e de ninguém
Ninguém e dono do mar
Nem aqueles que la sabem navegar

Se eu um dia não voltar
Desenha o meu nome no chão
Pede um desejo ás ondas do mar
E guarda na tua mão
Sempre que a noite vier, 
quando nao houver luar
Dá o desejo a uma onda qualquer 
e pede-lhe para eu voltar
Trago o destino das águas
No aguardar dos rochedos
Dizem que o tempo é que apaga as mágoas
Quem será que apaga os medos?

O mar não e de ninguém
Ninguém e dono do mar
Nem aqueles que la sabem navegar

O mar não e de ninguém
Ninguém e dono do mar
Nem aqueles que la sabem navegar

Deixa os sorrisos correrem pela praia
Nem aqueles que la sabem navegar
E se depois eu vier
Que o temporal acabou
Foi porque o mar te escutou
Por te querer saber deitada

E havemos nós de fazer
Se a sorte está decidida
As mãos que nos têm presos a morte
São de quem nos prende à vida
Trago um coral de ansiedades

O mar não e de ninguém
Maior que a dor que vem nas tempestades
Ter de esperar pela chegada
Ninguem e dono do mar
O mar não e de ninguém
Andam rezas pela praia
Nem aqueles que la sabem navegar  
Ninguem e dono do mar
Nem aqueles que la sabem navegar
Vou embalado pelo vento  Ando sem hora marcada
Nem aqueles que la sabem navegar
Na barca anda um lamento 
 Que nem eu sei de onde vem
A aguardar pela chegada
Faz-se o destino cinzento
Sempre que a barca não vem
De ninguém... de ninguém...

O mar não e de ninguém
O mar não e de ninguém
Ninguem e dono do mar
Nem aqueles que la sabem navegar

Ninguem e dono do mar
Nem aqueles que la sabem navegar
O mar não e de ninguém
Ninguem e dono do mar








Sabes, Pedro?
Nunca tinha pensado que o Mar nao pertença a ninguém...mas parando um pouco nas linhas ténues do pensamento, revisito o Mar como realidade que não sendo, efectivamente, de ninguém, porque especificamente a sua liberdade não se enquadra na clausura a que alguns o quereriam submeter...
...ele é,  irremediavelmente, de todos nos!

Daqueles que, como nos, o adoramos na sua infinitude impossível, no seu conforto ternurento e criticamente revoltado!
Eu e tu adoramos o MAR!

Nao é assim, My Dear?




                                               Lola